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24.9.11

Estéreo

Garota de Goa píton
vem amar o som
da roupa caindo na praia
da eletricidade no calção
quando você sobe da onda
e caminha pela areia
Um trovão que desemboca
em ais na boca dos nadantes
Os que nada têm
e esperam quietos o elástico
da tua solidão
É que você diz mesmo não
e não dá prá acreditar
Pô tou malhado como Camões
de dois olhos num só
Poeta para todos
Bobo para você
E do encontro no duche na cidade
apenas guardo o tampão
o velho novelo de espuma
do teu ipod de estimação

Rio

Esta idade
Esta cidade
Esta líbido
que queria
pela metade

Leblón

Gosto de inglês na livraria
cheio de saco e cão vivo dentro
compra um compra muitos livros
depende do vício
depende da aragem
Da aragem que passa
entre os coqueiros da praia
sobre o óleo na pele
sem deixar marca
Também ele procura os trópicos
e uma língua que não conhece
Uma língua que sonoramente
nos limpe e eleve
como um lenço suado
dançando na vitrine
lembrando a praia