Os melros não são mais os melros, mas restos de sol, asas que se fecham como portadas contra o halo fresco da noite. São ainda o sismo das unhas sobre as folhas, o encosto da voz à seiva dos ramos, o olhar disperso, universal como um segundo, no sol coado em várias folhas. Só a lua cheia atrás das nuvens é o comprimido que lhes fecha as pálpebras. E aí sim as lagartas saem com elegantes cores e voam em silêncio ininterruptas, como os melros, que já não existem, sobre as coisas vivas e sobre as coisas mortas.