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7.8.12

As folhas aveludadas do verão despontam-te entre os dedos. Primeiro as plantas e as aves conheceram a manhã do mundo antes de sentires como uma árvore o teu destino de piano. O telegrama por onde beijámos o rosto de deus ganha a cor rosa do excremento das estrelas. O progresso ou a passagem do tempo. O andar distraído de um cachorro. A sombra dispersa de uma árvore. Sabes, tenho os olhos como as luzes de um carro depois do acidente. Dá-me um beijo para eu levá-lo na mão para a cama.




1.8.12

As estrelas podem ser fogueiras de deuses. Barcos imóveis no gelo para sempre. Podem ser as escamas solares de um peixe que se come. As pedras do colar arrancado ao pescoço do céu. Só os grilos da noite imaginam sóis iguais às estrelas. A noite plácida que através deles entra em qualquer casa como a sombra de uma árvore ou a palavra de um deus. As estrelas são as migalhas que caíram da toalha sobre a qual jantámos e sei que a luz de uma estrela viaja para além dela. Como as deste céu profundo que não imagina o contorno do teu rosto, só o teu cabelo que brilha como o corpo dos peixes ou o relevo do mar.