No fundo do parque de
estacionamento o teu cheiro. Nas flores que se abrem de noite as tuas coxas. Nos
pescoços. No braço de rio quando o lodo brilha com a lua. Recuso lavar a tua toalha.
Enxugo-me no teu cheiro a praia. É a pele da tua pele. O Verão.
23.8.13
14.8.13
# DELFOS
A poesia é um fardo
pois é a
poesia é um saco
de algas comprado na Grécia
primeiro que o poeta
consiga a salada
é um saco
um saco roto
por onde saem os versos
ou um arroto.
pois é a
poesia é um saco
de algas comprado na Grécia
primeiro que o poeta
consiga a salada
é um saco
um saco roto
por onde saem os versos
ou um arroto.
# DELOS
Ao ver os leões petrificados
e o poente na garrafa
do extintor
até as pedras envelhecem
e pedras que foram estátuas
ou mesmo deuses
farão ainda uma praia melhor.
Leiam turistas o mesmo épico e chorem
haverá mais sumo nos versículos
do que sémen
numa escultura de testículos.
e o poente na garrafa
do extintor
até as pedras envelhecem
e pedras que foram estátuas
ou mesmo deuses
farão ainda uma praia melhor.
Leiam turistas o mesmo épico e chorem
haverá mais sumo nos versículos
do que sémen
numa escultura de testículos.
Sábado
O Golo que Malaquias falhou
custou-lhe o número sete
Foi transferido para o corintios
Quando Job marcou penalti
David agarrou a bola
como
a uma cabra com cio
Jacob se levantou do banco
e vomitou serpentes
Ninguém arredou pé
Raquel gritou
Isso é uma merda
e lhe atiraram uma pedra
Adão abraçou Moisés
que beijou Caím
A face lacerada de Caím
A elétrica chuva de sapos
caiu
na calcária praça de Israel
e todos sumiram
Mesmo antes de cantar o solitário trovão
Cientes de que bola é bola
e praga, praga é refeição
14:30
Pó abacaxi
cocada e tiramisú
sushi fio dental
aroma tropical
você me dá tudo isso
sem qualquer bem ou mal
Mas hoje me dê o sexo banal
não importa em que língua o verão
o sentido para uma cama
uma porta de exclamação.
cocada e tiramisú
sushi fio dental
aroma tropical
você me dá tudo isso
sem qualquer bem ou mal
Mas hoje me dê o sexo banal
não importa em que língua o verão
o sentido para uma cama
uma porta de exclamação.
o poeta é tão preguiçoso
que divide em verso
o pouco
que
escre
ve
é para ser o mais pausado
o pau assado
o poeta escreve
como a anciã de noventa anos
ergue a espada no tai-chi
as suas sílabas são pálpebras
lentas
os versos pulmonares
como a escada para o quinto esquerdo
somos luzes intermitentes
faróis
não antes estrelas
imperceptíveis no grande azul
para além das nuvens
os poetas são bacanas
eles fumam maconha
que divide em verso
o pouco
que
escre
ve
é para ser o mais pausado
o pau assado
o poeta escreve
como a anciã de noventa anos
ergue a espada no tai-chi
as suas sílabas são pálpebras
lentas
os versos pulmonares
como a escada para o quinto esquerdo
somos luzes intermitentes
faróis
não antes estrelas
imperceptíveis no grande azul
para além das nuvens
os poetas são bacanas
eles fumam maconha
Assinar:
Postagens (Atom)