o poeta é tão preguiçoso
que divide em verso
o pouco
que
escre
ve
é para ser o mais pausado
o pau assado
o poeta escreve
como a anciã de noventa anos
ergue a espada no tai-chi
as suas sílabas são pálpebras
lentas
os versos pulmonares
como a escada para o quinto esquerdo
somos luzes intermitentes
faróis
não antes estrelas
imperceptíveis no grande azul
para além das nuvens
os poetas são bacanas
eles fumam maconha
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