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10.9.12

Esta bicicleta é para saíres pelo portão de casa e deixares as vozes e o ar pesado. É para seres mais rápido que um pássaro em queda, mais intenso que o riso do sol no riacho. Esta bicicleta é para atravessares a ponte e lançares pedras às pedras da ribeira. É para sentires no rosto os grãos de arroz do orvalho veloz. Fugires da beleza e pedalares pelo nevoeiro sem hélice e sem motor.  Porque de cima do monte apenas as estrelas são maiores e as fontes têm o sabor dos fetos de manhã. Toma esta bicicleta para assobiares aos cães que te persigam, para a deixares no mato contra um muro, sobre a areia da praia, em qualquer poente, em qualquer acampamento. És o herdeiro deste meu cavalo de ferro. Monta-o, conquista os ermos e regressa. 

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