marcadores

17.10.13



Vendi o meu braço frio
Por uma pedra pesada
Vendi o meu cavalo vermelho por um saco-cama
Para desaparecer na estrada
Lentamente como lágrima

Encaixei tudo, toda a sede
Na mochila (é como conto a história)
Poderia pintá-la sem tela
Ou projectá-la em filme sem espectadores

Minhas milhas
Vão-me tornando leve
Como leve o coração a roer-me o peito
Uma luz que triunfa e ergue no espaço
A soma dos meus inchaços

Quero tudo de uma vez
E para isso tenho
Muitos bocados do mundo
(como vem na história)
Quero a nudez sem corpo
Quando chegar a Primavera

Nenhum comentário:

Postar um comentário