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24.4.12

A estrada dos amantes é uma via romana gasta e sem umbigo. Está cheia de cartas que permanecem coladas pelo rasto de caracóis nocturnos e de mapas que por outra razão nunca serão desdobrados. A estrada dos amantes está cheia de buracos. Gigantes preguiças de prata pendem como hospitais vazios. Há grutas de orvalho e de liberdade, há bolor pelas paredes do quarto dos amantes e camas que latejam e malas que nunca chegam ao seu destino porque se extraviam de amor na estação mais improvável. Só tem um sentido e um ovo estrelado e trinta minutos roubados no supermercado.

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